segunda-feira, 28 de junho de 2010

Credibilidade do Professor é uma das maiores


Profissionais do ensino fundamental e médio ficam atrás apenas dos bombeiros e carteiros na confiança nacional


Pesquisa internacional, realizada em 19 países, incluindo o Brasil, mostra que os professores de ensino fundamental e médio estão entre os profissionais que têm maior credibilidade junto à população. Segundo o estudo da empresa alemã GfK, 87% dos brasileiros confiam nos docentes, que ficaram em terceiro lugar numa lista de 18 profissões e organizações, atrás apenas dos bombeiros (98%) e carteiros (92%).


Em comparação com o ano passado, os professores subiram uma posição no ranking de confiabilidade, empatando com os médicos. Pelo segundo ano consecutivo, o último lugar foi ocupado pelos políticos, que têm a confiança de apenas 11% da população – no ano passado eles tinham 16% de credibilidade.



A pesquisa foi realizada no Brasil, 15 países da Europa, EUA, Colômbia e Índia com 18.800 pessoas - sendo mil brasileiros - com idades acima de 18 anos, entre os dias 1º e 29 de março de 2010. No âmbito internacional, os professores ultrapassam os carteiros e ficam em segundo lugar no ranking, mas os políticos continuam na última posição.



Foi investigada ainda a confiança nos advogados, diretores de grandes empresas, executivos de bancos, exército, funcionalismo público, instituições de caridade, instituições religiosas, jornalistas, juízes, organizações de proteção ao meio ambiente, pesquisadores de mercado, policiais, políticos, profissionais de marketing, publicitário e sindicatos.



Fonte: IG educação

terça-feira, 4 de maio de 2010

Escolas da rede estadual funcionando pela metade

Escolas da rede estadual funcionando pela metade Um mês depois de oficialmente aberto o ano letivo, 20% das escolas da rede estadual ainda não reiniciaram as aulas totalmente
Carolina Mello

Cadeiras amontoadas no Colégio Sotero dos Reis, no Centro. Muito trabalho pela frente

Motivado por denúncias de professores e pais de estudantes da rede pública estadual, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Maranhão (Sinproesemma) levantou que em torno de 20% das escolas públicas da rede estadual estão sem funcionar ou estão funcionando parcialmente. As razões seriam reformas atrasadas e falta de professores. O secretário estadual de Educação, Anselmo Raposo, admite a carência de educadores, mas justifica que faltam professores habilitados no estado. Pelas contas de Anselmo, a educação precisa de mais 5.320 educadores. Enquanto isso, alunos que deveriam ter ingressado nas escolas em 15 de março, aguardam para entrar em salas de aula amanhã.No colégio Sotero dos Reis (Centro), muita coisa ainda está por fazer. Falta revestir o chão e as paredes com piso novo, instalar novos sanitários e terminar os banheiros, além de remover o entulho da reforma. Perguntamos ao mestre-de-obras o que ainda precisa ser feito, e ele nos respondeu. “Falta seguir o cronograma”, disse o funcionário que não quis se identificar, admitindo que a entrega da escola está atrasada. O gasto com a reforma pelo valor estimado em mais de R$ 730 mil, segundo a placa do governo do Estado em frente à obra. Além deste valor, mais precisou ser gasto pela pasta de Educação, para garantir o início das aulas dos estudantes matriculados no Sotero dos Reis. A Secretaria Estadual de Educação (Seduc) alugou o prédio do antigo Dom Bosco do Centro. Apesar da medida, às aulas no local só começaram na semana passada.Segundo a diretora do colégio, Aparecida Machado, o Sotero dos Reis teria, em média, 680 alunos. Pelo menos desde a mudança para o anexo, já que alguns teriam pedido transferência para escolas mais próximas de casa, informou Aparecida. No colégio Pio XII (Vila Palmeira), as obras também atrasaram. Entretanto, o prédio está apto para receber estudantes no próximo dia 3. Segundo a diretora Ilma Dias, até lá ficam faltando apenas a entrega de duas salas de aula e cobertura da quadra de esportes. Seriam 1.580 alunos sem aulas devido à reforma do Pio XII, segundo Ilma Dias, já que nenhum anexo provisório foi providenciado. Entretanto, as aulas perdidas serão repostas aos sábado, disse Ilma. As obras de reforma e ampliação do Pio XII estão no valor de R$ 680 mil reais. O Complexo Educacional (CEM) Professor Barjonas Lobão (Cohatrac) também passa por reforma geral, mas o adiantamento das atividades demonstra que o local estará em condições de receber alunos na segunda-feira. Entretanto, a pressa em terminar as obras parece ter impedido o cuidado com o acervo da biblioteca da escola. Quando a reportagem visitou as instalações do Barjonas, flagrou pilhas e mais pilhas de livros jogados uns por cima dos outros em mesas, e descobertos, ao contato com o pó produzido pela construção. São 2.320 os alunos matriculados no Barjonas Lobão, que também estão sem aulas neste período de reforma. A obra corresponde a um valor superior a R$ 700 mil. Ainda faltam ser entregues o teatro e a quadra de esportes coberta do Barjonas, segundo a diretora Geane Machado Cunha.
Fonte: jornal oimparcial

segunda-feira, 3 de maio de 2010

VEM AÍ A LEI DE RESPONSABILIDADE EDUCACIONAL-LRE

A proposta de criação de uma Lei de Responsabilidade Educacional (LRE) foi uma das deliberações aprovadas na plenária final da Conferência Nacional de Educação (Conae). Pelo menos seis projetos de lei com esse teor já tramitam na Câmara dos Deputados. Além de tornar mais severas as punições para os gestores que descumprirem a legislação educacional, como perda de mandato e inelegibilidade, a LRE também garantiria que as secretarias de educação municipais, estaduais e distrital se constituíssem como unidades orçamentárias, para que o gestor da pasta seja o gestor dos recursos. A norma está prevista no artigo 69 da Lei de Diretrizes e Bases, mas, de acordo com Carlos Eduardo Sanches, presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação, isso não acontece efetivamente na maioria dos municípios e estados, como MG, MT, MS, RS . Nesses casos, quem gerencia os recursos é a Secretaria da Fazenda.“A lei seria ideal se conseguisse conjugar a aplicação do recurso público em educação com a melhoria da qualidade. Outro ponto é que a partir de agora, como a Conae indicou, o volume do investimento público em educação deve aumentar, sobretudo os da União, então é importante que haja uma gestão melhor desses recursos”, defende Sanches. Para Sanches, o objetivo da lei não deve ser punir, apenas. “A LRE deve utilizar as ferramentas de avaliação, não de aprendizagem, mas de gestão, para acompanhar, monitorar e tentar avançar”, diz. José Marcelino de Rezende Pinto, professor da Universidade de São Paulo em Ribeirão Preto, ressalta que o aspecto da punição é importante para que a aplicação dos recursos seja efetiva. “A legislação educacional deve ser tão dura para o administrador público quanto é, por exemplo, a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Muitas vezes, o administrador diz que tem dinheiro para contratar pessoal, por exemplo, mas alega que a LRF o impede. Como esta é uma lei que prevê que, em última análise, a pessoa pode ir presa, ficar inelegível, ele opta por cumprir essa em detrimento da educação”, avalia.Excluir desse limite previsto na LRF os recursos pagos com o Fundeb também é uma das deliberações da Conferência. Os delegados da Conae aprovaram que seja excluído “do somatório do seu gasto total com pessoal as despesas com pessoal pagas com recursos do Fundeb, deixando de comprometer o limite máximo de 54% da receita corrente líquida”, de acordo com o texto aprovado na plenária final.Segundo José Marcelino, a forma como a lei estabelece esse limite hoje prejudica a gestão da educação. “Esse princípio estimula a ineficiência. Como é que a prefeitura pode gastar só 54% com salário se ela é uma prestadora de serviços de educação, de saúde?”, diz.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

O Bom Professor

A CARTILHA DO BOM PROFESSOR NA PÓS-MODERNIDADE

Ao pensarmos, educadores e educadoras, que postura devemos adotar na viagem ininterrupta em direção a excelência de nossa prática docente, com certeza, o inconformismo é a postura mais essencial e construtiva tanto para os educandos quanto para a sociedade.
O educador conformado é alguém intelectualmente morto, e morta está sua criticidade e capacidade de relacionar conhecimento e mundo. Morta sua racionalidade ética, crítica e intelectual, não estabelece a rede de conexões tão imprescindível ao domínio das formas de interpretação da realidade pelo educando.
As teorias pós-estruturalistas (definidas também por alguns como pós-modernas) têm apontado na direção da desconfiança e da denúncia de um pensamento único, simulacro de um simulacro de realidade. Na educação, a característica do pós-estruturalismo é o inconformismo e o repúdio a noções de verdades absolutas. Estas, por sua vez e insistentemente, constroem na percepção social o modelo de bom professor, modelo este que, diga-se de passagem, transfere ao educador toda a responsabilidade pelo êxito ou fracasso do processo pedagógico.
Mas o bom professor não se constitui (apesar do que acredita o senso-comum) pelo dom da docência, oratória, desprendimento intelectual, criatividade ou seja lá que características queiram embutir nesse modelo imaginário e sobrecarregado de qualidades super-humanas. O bom professor se constitui daquilo que lhe permita ser um bom profissional, ou seja, das condições e recursos pedagógicos que tornem possível garantir uma educação de qualidade. E se esse professor é da Rede Pública Estadual, então! Uma educação pública de qualidade_ como é direito de educandos e educadores, anseio da sociedade, dever do Estado.
Por condições pedagógicas entendemos a garantia de um espaço escolar adequado às necessidades de permanência, circulação e higiene de educandos e trabalhadores em educação. Esse ecossistema não pode ser um espaço de confinamento e superlotação. Não há como garantir qualidade no processo de ensino quando o ambiente onde se deveria constituir o aprendizado amontoa alunos e professores por 800 horas em 200 dias letivos.
Da mesma forma, se a garantia de um espaço adequado ao aprendizado é fator substancial para a qualidade da Educação Pública, também, a um só tempo, a garantia permanente e incondicional de toda sorte de recursos, a formação profissional, o compromisso com uma política salarial séria, o respeito ao plano de carreira e a defesa da gestão democrática, são princípios imprescindíveis. A ecologia escolar não dispensa estes fatores nem sobrevive por muito tempo com sua mera formalidade.
Neste sentido, figura absurda a compreensão que transfere a responsabilidade do processo pedagógico para o educador, como se este, em tempos de modernidade líquida, fosse capaz de concentrar as atenções adolescentes utilizando nada mais do que sua voz, livro didático e quadro de giz.
Por mais que secretárias(os) de educação apontem investimentos na educação pública a verdade é que as escolas estaduais do País_ e, em nosso prejuízo, do RS _ não oferecem condições de trabalho que sejam compatíveis com as necessidades da prática de ensino. Há uma relação inversamente proporcional entre o que é cobrado do educador de escola pública e o que lhe é oferecido para educar.
Na contramão da pedagogia da cartilha só se pode concluir, então, que não vivemos a era do conhecimento. Vivemos a era da ignorância. Vivemos o paradoxo segundo o qual o Estado responsabiliza e cobra eficiência do mesmo educador ao qual abandona. Empobrecidos e abandonados, somos a caricatura fratricida de uma disputa por vídeo entre colegas, ou, não menos trágico, de tentativas de convencer a turma que, nas longas esperas do agendamento, só quadro e giz.

Paulo César MachadoProfessor de HistóriaGuaíba-RS